sexta-feira, 18 de março de 2011

Quero uma dose do que me falta.


Estou mais magro a cada dia que passa. Olheiras consomem o meu rosto e me deixam com uma aparecia de ex-visitante-de-hospital. Não sei ao certo o que esta acontecendo: e nem quero saber. Fato é que tenho medo de estar totalmente doente: é, eu tenho medo de hospital, sempre tive. E hoje, depois de mais um dia de doses de lembranças que só alimentam a saudade, me senti fraco e com as pernas tremendo como se batesse um vento forte em varas-de-bambu. E não é de hoje que vem me acontecendo isso, me sinto mal quase que sempre: só não me sinto mal quando tenho Ela ao meu lado. Não sei se, de fato, me curo sempre que me alimento de sorrisos que nascem nos lábios dela, ou se eu simplesmente nem noto que minhas pernas estão fracas. É ruim admitir que não estou bem, e pior ainda é aceitar que estou cada dia pior. Nem mesmo meu sorriso meio fosco e torto aparece durante o dia, e meu olhar, esse já quase não me atrai de fronte ao espelho. Escrever tem me parecido uma tortura sem fim: fico angustiado e com as pernas balançando em movimento acelerado sempre que pego a caneta e qualquer resto de papel. Minha cabeça não esta pensando direito, e eu, sem muito entender, uso o telefone para injetar certa dose da voz que acalma minhas pernas e acelera o coração. E nesse meio tempo, entre a ligação ruim, a voz dela roca-e-prejudicada por uma certa gripe e a lembrança do nosso ultimo beijo que carrego dentro de minha mochila preta-e-cinza, eu sorrio para o céu e agradeço a quem possa estar me ouvindo. Agradeço por ser amado e amar, agradeço com um sorriso fosco e torto que surge e desvia a lagrima-escorrida p’ro canto da boca e que não é admirável, agradeço e peço para não me deixar faltar ao menos uma dose do que me mantem o coração nessas batidas que seguem o relógio-da-saudade. E agradeço por já me sentir melhor e até sorrir. Esse é o efeito da dose do meu remédio.

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