sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Tudo hoje.


Precisei de atenção assim que acordei. Não sei ao certo, mas pode ser saudade, carência, ou talvez seja simplesmente vontade de um daqueles carinhos que você me faz. Falei com as paredes assim que levantei e não ouvi o “bom dia” de resposta, no corredor entre a cozinha e a sala, o silencio parecia se camuflar na tinta da parede, e essa, não queria ouvir meu novo desabafo. O corredor parecia mais apertado, como se tudo que eu falei antes de dormir ainda estivesse ali, esperando eu abrir a porta da sala para que saíssem. Pensei em voltar para a cama, deitar lá e ficar de olhos fechados fingindo estar dormindo, mas a cama também não esta tão bem assim comigo, não me quer como antes e durante a noite meu travesseiro fugiu de mim como nunca tinha feito antes: a cama parece sentir falta de um outro corpo, um outro alguém que só deixou fios de cabelo e um cheiro de perfume-grudado. No banheiro minha escova de dente me pareceu uma fita de vídeo-cassete e me mostrou a imagem-lembrança da sua boca suja com uma espuma branca e que aos poucos escorria na sua mão, seu sorriso gigante-e-esticado que engole a escova com facilidade: e ela em gritos pedia a sua boca. No espelho, meu cabelo meio-grande e despenteado, me faz querer um banho daquele meio-quente-meio-morno que tomamos juntos: e me falta algo, me falta alguém. Alguns passos para fora do banheiro e fico de frente a porta da sala, lá fora o banquinho onde já tiramos fotos-antigas esta quase coberto por um mato que não para de crescer. Cresce rápido e feito a minha saudade, a única diferença é que ele cresce alimentado pela água da chuva do ultimo mês e minha saudade por sua ausência dos últimos dias.

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