entre linhas e palavras.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
De repente.
De repente meu coração apertou, e no canto da cama onde me aperto a você esta sobrando espaço no sobrado que chamo de quarto. Não sei, talvez eu só esteja sentido falta de te sentir perto ou talvez seja falta do que me falta. E nessa noite onde o frio tenta me fazer companhia, tudo o que eu mais preciso é o seu calor para que ele possa entender que não é bem vindo aqui. Preciso de uma noite que pareça mal-dormida por todas as vezes que acordo só para beijar seu pescoço e ter certeza que tudo esta bem. Posso parecer dramático em meio a esse drama todo, e posso querer parecer necessitado em meio à necessidade do seu abraço-abrigo-protetor. Mas é que de repente, meu coração apertou e fez os pelos do meu braço arrepiar. Esse coração que aperta é o mesmo que muda o ritmo rotineiro quando vê um sorriso seu chegar sem avisar e invadir meu olhar. Olhar que pede fixo entre uma brecha da janela do quarto que você chame meu nome no portão – e não me importa se é noite ou dia. É que se é dia e não tenho você aqui, não chega a faltar o sol, mas a luz dos seus olhos me importam mais que um dia claro. E se é noite e você não esta aqui, a lua vem de braços dados ao frio e juntos tentam tomar conta do cantinho da cama que pede você. Mas é que de repente meu coração apertou e eu só pude fechar os olhos e pedir, feito criança que chora, um vento sobrado que me traga a sobra do seu perfume. E por fim, meu coração desaperte.
Texto um tanto antigo e uma tentativa de voltar com o blog.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
É, estou amando.
Estou amando uma menina de cabelos pretos e olhos castanhos: como se fosse pão-de-mel recém-saido-do-forno. E eu estou tão cheio de saudades, tão cheio de vontade. Já não tiro mais os olhos desse teto que se estende em cima da minha cabeça, que por sinal, esta bem mais longe que o próprio teto. E esse amor que tenho, que é ingênuo, amor que faz brilhar a menina dos seus olhos. Ah, se ela soubesse, se ela ao menos me olhasse e dissesse que me vê com os mesmos olhos. Ah, se ela aceitasse essa carta que escrevo como quem quer dizer, como quem quer recitar, um poema com frases simples e sem muito arodeios. E é tão notável esse meu amor que já me faço cego ao atravessar a avenida sem olhar para os lados e sem me preocupar com os carros. Isso me parece pressa de chegar ao outro lado, pressa de encontrar a menina de cabelos pretos e olhos castanhos: assim como o caramelo do sorvete que ofereço sempre como se fosse buquê-de-flor, e ela sorri, feito quem ganha tão valioso agrado. Sorri e me deixa mais amante ainda, por amar esse sorriso que me devora e me chama para atacar essa boca ainda melada de caramelo e sorvete. E isso é amor, junto com caramelo, sorvete e pão-de-mel. Isso tudo é amor. Isso que me faz dormir e acordar sorrindo feito criança que tem um sonho tão doce quanto seu beijo. É, estou amando uma menina de cabelos pretos e olhos castanhos.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Perguntas inquietantes e um beijo que cala meus pensamentos.
Entre tantos feitos e criações de Deus esta uma a qual eu gostaria de entender o porque de suas infinitas linhas interrogativas. Olhares que me sufocam de tanto querer perguntar o porque de tamanha beleza. Será que não seria o primeiro erro cometido de Deus? Não sei, e essa é mais uma de minhas perguntas sem resposta. É por que eu paro e olho como quem quer entrar naquele corpo e descobrir onde se esconde a fonte que da tamanho brilho a aqueles dentes brancos. E fico paralisado, como se estivesse enfeitiçado, quando me enxergo no reflexo da menina dos olhos daquela menina. Olhar esse que para mim é como o meu mundo e me perco nele sempre que dou de frente com esse olhar-sem-saida. Porque tanto querer? Porque tanto calor aqui dentro desse coração que mais parece uma locomotiva-sem-destino quando encontra a dona de meus sonhos? Porque? Perguntas e mais perguntas rodeiam minha cabeça e já mudam a cor do meu cabelo. Perguntas e mais perguntas e a única resposta é que: Só não existe pergunta para quando minha boca encontra os lábios dela, e talvez seja por minha boca ficar coberta por um tal beijo que me cala até os pensamentos.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
É mais que necessidade.
Escrever hoje me pareceu necessário. Não sei de certo, mas me pareceu quase que com a necessidade de sentir seu perfume, seu cheiro. Senti necessidade do cheiro da tinta jogada nesse resto de papel dobrado. É, foi uma necessidade, uma simples necessidade de derramar aqui cada gota dessa saudade que transborda nesse meu meio-olhar que só se completa ao encontrar seu sorriso. É necessidade de mostrar-te esse amor que tenho aqui, guardado feito resto de dinheiro que eu escondia na minha inocência-de-moleque arteiro: e eu escondia por necessidade e por não querer que me tirassem aqueles dez centavos que me valiam mais que mil reais-contatos. E eu ainda guardo essa inocência, e a pouco, fechei os olhos como quem quer sonhar e gritei dentro de mim por um pedaço de lembrança sobrado do nosso ultimo encontro. E talvez seja essa necessidade que não me deixa calar e dizer a todos ouvidos que amar-te é mais que necessário: amar-te é como se eu tivesse encontrado a receita do pão-de-felicidade diária. Amar-te me consome a ponto de deixar escapar por entre esses dentes tortos que tenho e duas covas que aparecem em meu rosto um tal sorriso que só confirma o que tudo e todos já sabem. Amar-te é viver feito criança e não se preocupar se vai chover ou fazer sol, o que importa é que o dia amanheça e você esteja nele. Amar-te é mais que necessidade: é como se fosse o ar que respiro e que mantem meu corpo em pé. Talvez seja por isso que às vezes sinto que meu coração esta dividido ao meio e bate mais lento quando você se vai. É por necessidade daquele seu abraço que parece lenha para essa minha locomotiva-que-bate-no-peito.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Ah, se eu fosse cobertor.
Tosse, dor de garganta e o sono que me falta. Antes eu até teria o motivo da sua ausência e a falta do calor do seu corpo que aquece minhas mãos para explicar uma noite mal dormida. Mas hoje não, hoje você esta ai, deitada e enrolada com esse cobertor, se aquecendo com esse calor artificial e esquecendo que meu corpo poderia ser cobertor. E como eu queria ser cobertor agora. Poder te enrolar em meus braços e te proteger do frio que vem com o vento a noite toda. Ah se eu fosse esse cobertor: esse mesmo com nosso cheiro entranhado a ele como se fosse um-pedaço-da-noite-passada. Se eu fosse cobertor agora e pudesse te cobrir o corpo todo...Me encostar feito rouba-justa e virar segunda-pele. Como eu queria ser cobertor, até mesmo aquele de lã-velha-e-verde que quase não esquenta, não importa. O que eu queria mesmo era ser seu cobertor.
Texto antigo e reeditado.
Texto antigo e reeditado.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Verso e prosa.
Sobre ontem, eu não sei muito o que dizer, e sobre amanhã saberei menos ainda. Aprendo conforme as horas passam e logo em seguida me esqueço aos poucos. Não me lembro de muita coisa, e o que lembro tento escrever antes que esqueça. É como se fosse uma simples prosa entre amigos-antigos sobre a bela moça que passa na rua de paralelepípedo e pouco depois é esquecida por uma piada-sem-graça qualquer. Esqueço-me de tantas coisas que nem me lembro do que já esqueci, e para não esquecer o que deveria ser inesquecível faço do momento um verso ou outro, e assim não me esqueço. Já me esqueci dos amigos das prosas-antigas, porém, tenho linhas escritas a lápis-preto sobre um amor que já foi prosa e agora é um inesquecível momento, como um verso pouco legível e escrito rapidamente: porem fica ali, no papel, como se estivesse escrito na alma. Mas sobre ontem, o que posso dizer, é que li n’um desses versos rabiscados poucos antes de dormir, que foi em uma prosa num parque um tanto que longe de casa onde o motivo com um nome meio-dito de inspiração me tomou como seu. E o que posso dizer sobre hoje, é que entre o verso e a prosa, o pensamento que já é meu cúmplice e sabe aonde quero ir e quem quero ter em meus braços, me trás uma lembrança que não foi escrita: me lembrei do que não consigo descrever em versos e nem falar em prosa, me lembrei do seu primeiro olhar antes de encontrar o meu, me lembrei do teu sorriso e do teu cigarro entre os dedos, me lembrei do meu primeiro verso e da nossa primeira prosa e me lembrei, sem nenhum esforço, que senti um arrepio consumindo meu corpo quando você me pediu aquele abraço no fim-da-prosa, e esse virou o meu verso.
Texto antigo e reeditado.
quinta-feira, 31 de março de 2011
Pão do café da mañhã.
O amor não tem idade, cara bonita nem feia, ele é simplesmente amor e nada mais. Não pede provas e nem quer ser provado, ele quer mesmo é ser amor. Amor daqueles que ama sem olhar para trás, sem se perguntar por dias de amanhã e sem querer saber do passado que machucou: porque o amor é só amor e ama ser amado de verdade. O amor não fala aos surdos e nem se mostra aos cegos: ele só os toca e deixa que o sintam. Não culpe o amor por ter deixado marcas ou cicatrizes do passado, ele não tem culpa dos erros cometidos por quem ama só por amar. O amor é culpado por todo o brilho em olhares apaixonados, sorrisos infinitos e em abraços totalmente apertados como uma boa kitnet. E no mais, ele só quer ser amor e te alimentar como pão do café da manhã: Assim como sou alimentado pelo amor que tenho e que alimento todos os dias.
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